Título:
Vol. 9 – PROGRESSÃO, ANJOS E DEMÔNIOS – itens 114 a 131 – Compreender o Livro
dos Espíritos – Parte 2ª - Do Mundo Espírita Ou Mundo Dos Espíritos – Capítulo I
– Dos Espíritos
Tema: Espiritismo.
Allan Kardec. Filosofia Espírita. Doutrina Espírita. Ciência Espírita.
Diversos.
Autor: Cosme Massi
Tipo: DVD – Seminário
Duração: 60 minutos
Idioma: Português
Editora: Nobiltà
Dimensões: 13,5 x 19 x 1,5 cm
Peso: 0,120 kg
de R$ 24,90 por apenas
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RESUMO DO SEMINÁRIO - VOLUME 9
Analisa os itens 114 a 131: Progressão dos Espíritos, anjos e demônios.
Compreender o Livro dos Espíritos - Parte 2ª - Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espírito – Capítulo I – Dos Espíritos
SOBRE A COLEÇÃO COMPREENDER KARDEC:
A COLEÇÃO COMPREENDER KARDEC é uma contribuição ao entendimento dos admiráveis livros de Kardec. Destacar sua lógica, apresentar sua ordem didática, aprofundar seus capítulos e itens serão os nossos maiores desafios ao longo dessa coleção. Começamos com o primeiro e mais importante: "O Livro dos Espíritos”. Compreender Kardec para viver Kardec.
PROGRESSÃO, ANJOS E DEMÔNIOS:
114. Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são os mesmos Espíritos, que se melhoram?
“São os mesmos Espíritos, que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para outra mais elevada.”
115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só a suportam murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.” a) – Segundo o que acabais de dizer, os Espíritos, em sua origem, seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem com o percorrerem as diferentes fases da vida? “Sim, a comparação é boa. A criança rebelde se conserva ignorante e imperfeita. Seu aproveitamento depende da sua maior ou menor docilidade. Mas a vida do homem tem termo, ao passo que a dos Espíritos se prolonga ao infinito.”
116. Haverá Espíritos que se conservem eternamente nas ordens inferiores? “Não; todos se tornarão perfeitos. Mudam de ordem, mas demoradamente, porquanto, como já de outra vez dissemos, um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre. Pretenderias que Deus, tão grande, tão bom, tão justo, fosse pior do que vós mesmos?”
117. Depende dos Espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente para a perfeição? “Certamente. Eles a alcançam mais ou menos rápido, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra recalcitrante?”
118. Podem os Espíritos degenerar? “Não; à medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer estacionário, mas não retrógrada.”
119. Não podia Deus isentar os Espíritos das provas que lhes cumpre sofrer para chegarem à primeira ordem? “Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Ademais, a desigualdade entre eles existente é necessária à sua personalidade. Acresce ainda que as missões que desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da Providência, para a harmonia do Universo.” Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus soldados um general; por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores; por que todos os colegiais não são mestres. Ora, entre a vida social e a espiritual há esta diferença: enquanto que a primeira é limitada e nem sempre permite que o homem suba todos os seus degraus, a segunda é indefinida e a todos oferece a possibilidade de se elevarem ao grau supremo.
120. Todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem? “Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância. ”
121. Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal? “Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não criou Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria.”
122. Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, uma tendência qualquer que os encaminhe para uma senda de preferência a outra? “O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, se a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.” a) – Donde vêm as influências que sobre ele se exercem? “Dos Espíritos imperfeitos que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.” b) – Tal influência só se exerce sobre o Espírito em sua origem? “Acompanha-o na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsidiá-lo.”
123. Por que há Deus permitido que os Espíritos possam tomar o caminho do mal? “Como ousais pedir a Deus contas de Seus atos? Supondes poder penetrar-lhe os desígnios? Podeis, todavia, dizer o seguinte: a sabedoria de Deus está na liberdade de escolher que Ele deixa a cada um, porquanto, assim, cada um tem o mérito de suas obras.”
124. Pois que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal absoluto, deve haver, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos, não? “Sim, certamente; os casos intermediários constituem a grande maioria.”
125. Os Espíritos que enveredaram pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros? “Sim; mas as eternidades lhes serão mais longas.” Por estas palavras as eternidades se deve entender a ideia que os Espíritos inferiores fazem da perpetuidade de seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver, ideia que revive todas as vezes que sucumbem numa prova.
126. Chegados ao grau supremo da perfeição, os Espíritos que andaram pelo caminho do mal têm, aos olhos de Deus, menos mérito do que os outros? “Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e para os outros, e a todos ama com o mesmo coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos.”
127. Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais? “São criados iguais, porém, não sabendo donde vêm, preciso é que o livre-arbítrio siga seu curso. Eles progridem mais ou menos rapidamente em inteligência como em moralidade.” Os Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem nem por isso são Espíritos perfeitos. Não têm, é certo, maus pendores, mas precisam adquirir a experiência e os conhecimentos indispensáveis para alcançar a perfeição. Podemos compará-los a crianças que, seja qual for a bondade de seus instintos naturais, necessitam de se desenvolver e esclarecer, e que não passam, sem transição, da infância à madureza. Simplesmente, assim como há homens que são bons e outros que são maus desde a infância, também há Espíritos que são bons ou maus desde a origem, com a diferença capital de que a criança tem instintos já inteiramente formados, enquanto que o Espírito, ao formar-se, não é nem bom, nem mau; tem todas as tendências e toma uma ou outra direção, por efeito do seu livre-arbítrio.
128. Os seres a que chamamos anjos, arcanjos, serafins, formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos? “Não; são os Espíritos puros: os que se acham no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.” A palavra anjo desperta geralmente a ideia de perfeição moral. Entretanto, ela se aplica muitas vezes à designação de todos os seres, bons e maus, que estão fora da Humanidade. Diz-se: o anjo bom e o anjo mau; o anjo de luz e o anjo das trevas. Neste caso, o termo é sinônimo de Espírito ou de gênio. Tomamo-lo aqui na sua boa acepção.
129. Os anjos percorreram todos os graus da escala? “Percorreram todos os graus, mas do modo que havemos dito: uns, aceitando sem murmurar suas missões, chegaram mais depressa; outros, gastaram mais ou menos tempo para chegar à perfeição.”
130. Sendo errônea a opinião dos que admitem a existência de seres criados perfeitos e superiores a todas as outras criaturas, como se explica que essa crença esteja na tradição de quase todos os povos? “Fica sabendo que o mundo onde te achas não existe de toda a eternidade e que, muito tempo antes que ele existisse, já havia Espíritos que tinham atingido o grau supremo. Acreditaram os homens que eles eram assim desde todos os tempos.”
131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra? “Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitas e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo, e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome.” A palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, senão na sua acepção moderna, porquanto o termo grego daímōn, donde ela derivou, significa gênio, inteligência e se aplicava aos seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente. Por demônios, segundo a acepção vulgar da palavra, se entendem seres essencialmente malfazejos. Como todas as coisas, eles teriam sido criados por Deus. Ora, Deus, que é soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres prepostos, por sua natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus, existiriam, como Ele, desde toda a eternidade, ou então haveria muitas potências soberanas. A primeira condição de toda doutrina é ser lógica. Ora, à dos demônios, no sentido absoluto, falta esta base essencial. Concebe-se que povos atrasados, os quais, por desconhecerem os atributos de Deus, admitem em suas crenças divindades maléficas, também admitam demônios; mas, é ilógico e contraditório que quem faz da bondade um dos atributos essenciais de Deus suponha haver Ele criado seres destinados ao mal e a praticá-lo perpetuamente, porque isso equivale a Lhe negar a bondade. Os partidários dos demônios se apoiam nas palavras do Cristo. Não seremos nós quem conteste a autoridade de seus ensinos, que desejaríamos ver mais no coração do que na boca dos homens; porém, estarão aqueles partidários certos do sentido que ele dava a esse vocábulo? Não é sabido que a forma alegórica constitui um dos caracteres distintivos da sua linguagem? Dever-se-á tomar ao pé da letra tudo o que o Evangelho contém? Não precisamos de outra prova além da que nos fornece esta passagem: “Logo após esses dias de aflição, o Sol escurecerá e a Lua não mais dará sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências do céu se abalarão. Em verdade vos digo que esta raça não passará, sem que todas estas coisas se tenham cumprido.” Não temos visto a Ciência contraditar a forma do texto bíblico, no tocante à criação e ao movimento da Terra? Não se dará o mesmo com algumas figuras de que se serviu o Cristo, que tinha de falar de acordo com os tempos e os lugares? Não é possível que ele haja dito conscientemente uma falsidade. Assim, pois, se nas suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é que não as compreendemos bem, ou as interpretamos mal. Os homens fizeram com os demônios o que fizeram com os anjos. Assim como acreditaram na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, também tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. Por demônios se devem entender os Espíritos impuros, que muitas vezes não valem mais do que as entidades designadas por esse nome, mas com a diferença de ser transitório o estado deles. São Espíritos imperfeitos, que se rebelam contra as provas que lhes tocam e que, por isso, as sofrem mais longamente, porém que, a seu turno, chegarão a sair daquele estado, quando o quiserem. Poder-se-ia, pois, aceitar o termo demônio com essa restrição; mas como o entendem atualmente, em sentido exclusivo, poderia induzir em erro, fazendo crer na existência de seres especiais criados para o mal. Satanás é evidentemente a personificação do mal sob forma alegórica, visto não se poder admitir que exista um ser mau a lutar, como de potência a potência, com a Divindade e cuja única preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios. Como precisa de figuras e imagens que lhe impressionem a imaginação, o homem pintou os seres incorpóreos sob uma forma material, com atributos que lembram as qualidades ou os defeitos humanos. É assim que os Antigos, querendo personificar o Tempo, o pintaram com a figura de um velho munido de uma foice e uma ampulheta. Representá-lo pela figura de um mancebo seria contra-senso. O mesmo se verifica com as alegorias da fortuna, da verdade, etc. Os Modernos representaram os anjos, ou Espíritos puros, por uma figura radiosa, de asas brancas, emblema da pureza; e Satanás com chifres, garras e os atributos da animalidade, emblema das paixões vis. O vulgo, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses emblemas individualidades reais, como vira outrora Saturno na alegoria do Tempo.